Campeão brasileiro sub-23 em 2010, Tiego Gasparotto defendeu as principais equipes do ciclismo nacional, como a ex-Scott e Pindamonhangaba, além de acumular uma breve passagem pelo time de Rio Claro. Desde julho do ano passado sem equipe, Gasparotto retornou a elite do ciclismo nacional e assinou contrato com a equipe FW Engenharia, do Rio de Janeiro.
Aos 23 anos, ele encara o momento com tranquilidade e não acredita que seja um recomeço na carreira, mesmo após ficar tanto tempo longe das competições oficiais. “Diria que não é um recomeço, mas sim uma nova oportunidade de estar de volta as provas e poder ajudar esse time novo, que está começando praticamente agora no ciclismo. Um time determinado e com patrocinadores que querem estar no meio ciclístico”
Afastado do ciclismo profissional, Tiego manteve o foco no esporte, seguiu sua rotina de treinos e sempre contou com o apoio dos amigos e familiares. “Agradeço primeiramente a Deus por esse momento e não posso esquecer aqueles que me apoiaram nos momentos de maior dificuldade. Meu amigo Elvis Esteter, da SunBikes, que sempre me ajudou com as manutenções da bike, e todos que me incentivaeram, além da Equipe de ciclismo FW Engenharia por estar confiando no meu potencial”, ressaltou o ciclista.
“Treinei muito ao longo desses meses. Meus treinos variavam, mas rodava entre 60km e 200 km diários. Houveram semanas que rodei mais de 800 km. Sempre mantive o foco e a motivação por sonhar com esse momento, o de retornar ao ciclismo.”
Bate-bola
P:O que faz um campeão brasileiro ficar sem equipe?
T.G: Foi uma coisa que eu também não consegui entender. Creio que tenho muito potencial nas voltas de montanha e sempre estive tentando ajudar o máximo possível. Acredito que fiquei sem equipe por motivos financeiros das equipes. A maioria das equipes tem o orçamento que a prefeitura coloca no começo do ano e depois esse valor não sofre nenhuma manutenção. Isso limita muitas coisas. O lado bom é que pude refletir sobre muitas coisas na minha vida.
P: Mas alguns te colocam como individualista, uma pessoa que não trabalha em prol do grupo...
T.G: Acho que as pessoas têm que analisar mais a situação antes de falar qualquer coisa dos outros. Ninguém é perfeito. cometo erros e sempre tento aprender com eles. Quando era para buscar alguma fuga ou trazer algum companheiro de equipe para o sprint, pode ter certeza, eu estive sempre ali na escalera da equipe puxando. Exemplo foi a Volta de Gravataí de 2011 quando puxamos a 1ª etapa. Na etapa seguinte, peguei a ponta na montanha para ajudar a equipe, tanto que o Tonho ganhou a etapa e eu ainda consegui ficar com a 4ª colocação.
P: E como ficou definido seu calendário?
T.G : Agora a próxima corrida é em Aracaju, no dia 16 de março. Depois vamos correr em Gravatai e se tiver Santa Catarina também estaremos lá, mas o objetivo principal é Tour do Rio. Quero me preparar bem para as etapas de montanha e retribuir ao apoio que me foi dado.
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