quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Gelo no ciclismo: positivo ou negativo?


Você acaba de chegar de um treino intenso e suas pernas estão doloridas de tanta força. Ou você chegou em casa com alguma parte do corpo dolorida. Qual a primeira coisa que você faz? Se sua resposta for colocar gelo, é melhor pensar duas vezes.
Um artigo publicado pelo Journal of Sports Medicine sugere que gelo nem sempre é bom para músculos doloridos, podendo ser inclusive maléfico. A verdade é que por incrível que pareça existem poucos estudos científicos sobre os benefícios dessa prática.
O que ficou constatado é que o gelo antes do exercício reduz significativamente a força e potência do músculo em questão durante pelo menos 15 minutos após a aplicação. Não se sabe ao certo o porque isso acontece, mas presume-se que o gelo reduza os impulsos nervosos, afetando a capacidade muscular.
Sobre aplicar gelo após o exercício, os estudos não conseguiram achar qualquer efeito positivo na prática, mas também não acharam nada negativo. As afirmações de que o gelo poderia ajudar na regeneração muscular não passam em um teste científico, portanto. Contudo o gelo tem efeito anestesiante, e contribui, mesmo que apenas psicologicamente, para aliviar a sensação de dor ou desconforto.
Usar gelo antes, durante e depois de atividades físicas é muito comum na maioria dos esportes. Normalmente um jogador de futebol quando sofre uma falta e tem que sair de campo – para logo depois retornar – já sai no carrinho com uma bolsa de gelo. O mesmo acontece em jogos de basquete ou tênis.
Vale notar que o estudo do JSM procurou determinar os efeitos do gelo nos membros. No ciclismo o gelo é aplicado de uma outra forma que não diretamente nos membros. Vários ciclistas usam coletes de resfriamento antes das provas e banhos de gelo após. A ciência por trás disso tem a ver com a core temperature, e não com o músculo em si. Estudos mostram que a termorregulação é um dos fatores mais limitantes para a performance aeróbica. Assim, resfriar o corpo antes de uma prova aumenta o tempo em que seu corpo consegue trabalhar em uma temperatura ideal, aumentando seu rendimento.
Da mesma forma, banhos de gelo após as provas, com o corpo ainda muito aquecido, alternam a fase catabólica do organismo – que destrói o tecido muscular – para a fase anabólica, de recuperação e reconstrução. Ou seja, quanto mais tempo você conseguir se manter sob uma temperatura ideal de trabalho durante a prova, e quanto mais rápido você conseguir resfriar sua core temperature após, melhor será sua performance
Fonte: Cycling Rocks

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