segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Aposentadoria de um ciclista


Já parou para pensar o que um ciclista profissional faz depois que se aposenta? Afinal, eles passam uns bons 20 anos comendo bicicleta e viajando o mundo. De repente, se aposentam e passam a ter uma vida tranquila, acordando e dormindo todo dia na mesma casa, cuidando da mulher e filhos. Mas e aí?
Bom, talvez o ciclismo seja, dentre todos os esportes, o que apresenta as carreira mais longevas. Esse ano teremos dois quarentões disputando o Tour de France de forma competitiva – Chris Horner e Jens Voigt. Temos também George Hincapie, o Big G’, há anos no pelotão profissional e bem próximo de completar seus 40 anos.
Ainda assim, alguns deles se preocupam bastante com o que fazer depois que se aposentarem. O mais comum é vermos ciclistas passando para os carros das equipes, como diretores esportivos ou conselheiros. A equipe da HTC era liderada por dois ex-ciclistas, Rolf Aldag e Brian Holm. Muitos vão organizar provas em seus países de origem, ou trabalhar como conselheiros na organização dos Grand Tours.
Temos também aqueles que decidem emprestar seus nomes para quadros de bicicletas. E aqui os melhores exemplos são Eddy Mercky e Mario Cipollini. A Mercky, inclusive, teve parte de seu capital vendido para uma empresa de sapatos chamada Sobradis, e pretende, no verão europeu do ano que vem, lançar uma linha de tênis casuais (foto da capa).
Tem também a parte que passa a se dedicar a confecção de roupas para ciclismo. A Santini começou com um ex-ciclista. A atual campeã do Tour de France, BMC, tem seu material fornecido pela Hincapie Sports, empresa do George Hincapie, mas que é dirigida por seu pai e seu irmão, e que produz suas peças em uma fábrica na Colômbia. Aqui no Brasil temos a linha esportiva da Mauro Ribeiro, que carregada o nome de um dos mais bem sucedidos ciclistas que já tivemos.
E temos os que fogem um pouco a regra. No mês passado Jan Ullrich anunciou que, além de procurar fomentar o ciclismo na Alemanha, irá ser o embaixador de uma empresa especializada em câmaras que simulam altitude (baixo oxigênio) para treinamento de atletas profissionais. Além disso o alemão ajuda a divulgar o Gran Fondo USA, uma séria de corridas de ciclismo nos EUA.
Outro que decidiu fugir um pouco a regra é Ivan Basso. Apesar de ter ainda alguns bons anos como ciclista profissional, Basso irá se tornar fazendeiro quando se aposentar. O italiano já está cultivando mirtilo (blueberry) em sua fazenda, em Cassano Magnago, no noroesta da Itália. Ele espera com isso ajudar a comunidade, oferecendo emprego a um punhado de pessoas.
É interessante observar como alguns profissionais levam a vida depois que se aposentam. E os planos que fazem. Ser um ciclista profissional e passar mais de 300 dias por ano viajando não deve ser fácil. Mas, da noite para a dia, acabar com isso e passar todos os dias em casa deve ser mais difícil ainda. Basta perguntar para o Floyd Landis ou Hamilton, que literalmente surtaram depois que foram banidos se aposentaram do esporte.
Fonte: Cycling Rocks

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