terça-feira, 11 de outubro de 2011

Schleck e o Tour


Será divulgado oficialmente no dia 18 o percurso do Tour de France 2012, mas parece que por um erro da organização, a lista foi brevemente divulgada hoje, e se espalhou pela internet. Se essa lista vier a se confirmar, então teremos um Tour com três contra-relógios (considerando o prólogo inicial de 6km), totalizando 96km da ‘corrida da verdade’, e só teremos duas etapas com escaladas que terminarão em montanhas.
Portanto, não será uma corrida para escaladores puros, como os irmãos Schleck. As poucas chegadas em montanhas significam que não vai adiantar esperar até os 2km finais para tentar alguma coisa, como foi feito esse ano. Se eles quiserem realmente ganhar tempo em escaladas, vão ter que fazê-lo com 40km para o final, caso contrário serão esmagados nos contra-relógios.
Isto posto, temos que lembrar que para o ano que vem os irmãos Schleck serão assessorados por Johan Bruyneel, o diretor esportivo responsável por todos os sete títulos de Lance Armstrong, mais o dois do Contador.  Se existe alguém que sabe o caminho das pedras para chegar na Champs Elysées vestindo amarelo, esse alguém é sem dúvidas Bruyneel.
Mas o que me deixou intrigado foi uma entrevista de Andy no Velonation, quando perguntado se suas chances melhorariam com Bruyneel ao seu lado. Sua resposta – curta e grossa – foi que Armstrong ganharia os sete títulos mesmo sem seu diretor esportivo, e que ele sabia do que era capaz, o que deveria ser feito, e que não mudaria sua forma de fazer as coisas para se adequar ao seu diretor esportivo. Terminou com bastante humildade afirmando que para o ano que vem eles serão o melhor time no pelotão, e serão competitivos nas clássicas e nos Tours.
Bom, se ele soubesse o que deveria ser feito, e como fazê-lo, não teria chegado em segundo lugar no Tour pelo terceiro ano consecutivo. E já teria melhorado consideravelmente seu contra-relógio. Pela evolução do seu contra-relógio nesses últimos anos, acho que ele ainda tem muito a aprender com quem já levou 9 títulos para casa. Ainda, me lembro de ter visto essa mesma postura no começo do ano, com a recém criada Leopard-Trek, e uma temporada depois, nenhum resultado expressivo apareceu.
Enquanto isso, Cadel e Contador agradecem. Cadel se garante muito bem nas escaladas, Contador nem se fala. Ambos dominam o contra-relógio. Cadel inclusive quase levou o último contra-relógio desse ano, no Tour. E agora considerem Wiggins, Froome e o próprio Tony Martin. Se eles continuarem esmagando no contra-relógio, e conseguirem se desenvolver o suficiente para não perder muito tempo nas escaladas do ano que vem, os irmãos de Luxemburgo vão ter ainda mais trabalho, pois vão começar as etapas de montanha já tendo realizado dois contra-relógios, e em nenhum deles Cancellara vai poder ajudar. É, também não haverá contra-relógios por equipes.

Fonte: Cycling Rocks

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